Dia 2 - 7 de Agosto

So para acabar o dia de ontem: a exaustao atingiu os pincaros. Estive 2h para fazer a inscricao... imaginem a quantidade de novos voluntarios. somados aos que ja ca andam... somos mesmo muitos! Entretanto claro que fui das ultimas a ser chamada para escolher o sitio em que queria trabalhar e logo depois de mim as vagas em Daya Dam acabaram. Como faltava 1h para a adoracao eu e a Mariana fomos andando. Aqui nao se faz horas em cafezinhos como e obvio. Estivemos quase 2h la. E optimo como e sempre mas a cabeca nao aguentava direita e foi uma luta para manter os olhos abertos.

Um dia tipico aqui consiste:

5h - acordar (claro que eu acordo so as 5h30)

5h35 - saida para a Mother House

6h - missa na Mother House. Impressionante... esta cheia de santas! E o padre hoje falava um ingles optimo!

7h- pequeno almoco dado pelas irmas, oracao, "thank you, thank you, thank you"

7h30 - partida para o apostolado

8h as 12h - apostolado. No meu caso Daya Dam.

18h30 - adoracao com as irmas (1h)

Hoje em Daya Dam estive a fazer fisioterapia a uma crianca, a Priya. Daya Dam e a casa onde estao criancas deficientes... a Priya, vi nos registos da fisioteraia, tem atraso mental e "multiple disorders". Comecei por achar um bocadinho chato e pouco produtivo: ha excesso de voluntarios, um por crianca quase, e a verdade e que nos nao fazemos a diferenca. As criancas sao impressionantes...corpos deformados, problemas respiratorios e mentais, nao falam, a maioria nao anda. Eles tratam-nos com amor. Vi um indiano da casa a ajudar uma crianca a por-se em pe e ela ria as gargalhadas. Descobri como por a Pryia a rir e adorei passar o resto da manha a faze-la rir. Ela e amorosa! As mashis que la trabalhm sao brutas: uma crinca adormeceu na hora do almoco e ela atirava-lhe agua para a cara (mas nao eram so umas pinguinhas) e quando a crinca abria a boca para chorar ela enfiava a comida na boca. E depois obrigam-nas a comer uns tigeloes de arroz com molho que nem eu conseguia! Dei almoco a um miudo que devia se autista ou epileptico... nao sei. Mas ate se portou bem. fiquei contente! Depois fui ajudar o chinoca(?) que ao meu lado se debatia com um menino bem mais complicado. Ele tambem estava revoltado por obrigarem tao brutalmente as criancas a comer (atencao as irmas nao... as irmas sao sempre amorosas!) estas alarvidades.

Acho que foi na hora de almoco que finalmente me comecei a deixar tocar pela India. Ontem sentia-me uma espectadora a ver um filme... coitados era a pobreza deles Hoje, como e inevitavel, comecei a envolver-me na vida destes indianinhos. E espero a cada dia ser menos insensivel a esta miseria. Acho que e por isso que quero sempre escolher as coisas mais duras, para me tornar mais humana. Insensivel chegar a India e nao ficar chocada.

Amanha conto mais... Beijinhos!

PS: Hoje conheci 2 chinocas voluntarios. ela com 14, ele com 15. e uma miuda de 12! Impressionante!